segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Receita Awamat - Doces libaneses


Esse fim de semana fomos tomar um café na deliciosa casa dos queridos Fernando Rocha Nogueira e Marina, em Cunha. Chegando lá, Marina estava cozinhando uns bolinhos tradicionais de sua família, chamados de "auemi". Foi uma das coisas mais deliciosas que experimentei nos últimos anos e, hoje, decidi procurar a receita na internet e fazer em casa. Segue aqui a sugestão, super fácil e delicioso! O nome árabe é awamat, eles são como bolinhos de chuva, mas muito, muito mais leves, e cobertos (e recheados) com uma deliciosa calda de limão que escorre da boca assim que mordemos. É divino! Quem quiser a receita, segue abaixo:
- 1 e 1/2 xícara de farinha
- 1/4 colher de açúcar
- 1 e 1/4 xícara de água morna
- 1 colher de fermento para pão (seco)
- 1 pitada de sal

Mistura tudo, deixa crescer aproximadamente 1 hora.

Enquanto isso, preparar a calda:
- 2 xícaras de açúcar
- 1 xícara de água
- 1 limão (metade em rodelas, metade espremido) - sugestão é colocar um pouquinho de água de rosas também

Mistura açúcar com água e mexe até ferver. Quando ferver, jogar metade do limão espremido e as rodelas na calda. Deixar engrossar mais. Desligar e colocar na geladeira para resfriar.

Quando a massa aumentar e a calda estiver fria, encha uma panela com óleo bem quente, faça bolinhas com a colher e jogue a massa para fritar (elas crescem muito, faça bolas pequenas). Tire do óleo, jogue no papel toalha e em seguida (ainda quente) na calda. Deixe alguns minutos na calda e retire. O segredo é jogar o bolinho quente na calda fria, ele se enche de calda e fica delicioso!


terça-feira, 10 de maio de 2016

Passeio por Galápagos

Eu nunca pensei que um dia conheceria Galápagos. Aquele destino estranho, cheio de bichos esquisitos que só existem lá e que inspiraram Darwin a escrever a teoria da evolução era algo tão raro, inalcançável e grandioso como a própria teoria em si. Mas, aproveitando uma estada em Quito, decidi desvendar o curioso mundo estudado por Darwin. E fiquei muito, muito maravilhada. Não dá para passar uma vida sem conhecer Galápagos! É uma viagem fácil, barata, deliciosa e que dá para fazer com ou sem crianças. 

Galápagos é um arquipélago formado por 13 ilhas. Há três ilhas grandes: Santa Cruz, Isabela e São Cristobal. As demais são pequenas. É muito difícil conhecer todas elas em uma só viagem, a não ser que você faça um cruzeiro – mas eles são caríssimos. O que vale mais a pena é escolher duas para ficar permanente e fazer as viagens que forem mais perto a partir delas.

Há duas maneiras de ir a Galápagos: por excursão ou por conta própria. Indico fortemente a segunda. Não só porque custa menos de ¼ (literalmente), mas porque todas as pessoas que encontramos por lá e tinham ido de excursão se arrependeram. Ir a galápagos é muito fácil, não depende de excursão nem de guia. Os passeios são quase todos gratuitos e o transporte, quando necessário, é também facílimo!

Como chegar:
Há voos regulares para Galápagos saindo de Quito ou de Guayaquil (4 por dia, pela Lan/Tam, Avianca e Tame). Eles podem custar 180 dolares, se pesquisar bem e com antecedência (os voos de SP para quito saem perto de 400 dolares). Há dois aeroportos em Galápagos e sua definição impacta no resto da viagem: São Cristobal ou Baltra (este é o mais comum e que usamos).
Descendo em Baltra (ilha onde só tem o aeroporto e nada mais), você tomará um ônibus, da companhia aérea, que te levará a um porto a 10 km de distância. Lá pegará uma balsa e atravessará o mar (só essa vista já vale a viagem!). Demora uns 10 min e custa 0,8 centavos. Daí descerá do outro lado do porto, na ilha de Santa Cruz, onde pegará taxi (18 dolares) ou ônibus (1 dolar) para chegar a Puerto Ayora, a principal cidade do arquipélago e “capital” da ilha de santa cruz. Parece complicado, mas não é! É rápido, fácil e barato e o trajeto já vale muito!!

Onde ficar:
Como disse, você pode pegar um cruzeiro em Puerto Ayora e gastar alguns milhares de dólares para conhecer todas as ilhas. Deve ser lindo. Se não estiver à sua altura, sugiro ficar 3 dias em Puerto Ayora (ilha de Santa Cruz) e mais 2 ou 3 dias na ilha Isabela (a maior do arquipélago e lindíssima!).

Puerto Ayora é uma cidade de pescadores, pequena, com hostals, pequenos hotéis e uns 2 ou 3 hoteis mais luxuosos (dispensáveis). Dá para fazer tudo a pé, inclusive os principais passeios da ilha, ou de barco, saindo do porto no qual também se chega a pé. Os hotéis normais saem entre 30 e 50 dolares o quarto (sem café da manhã), com banheiro privativo e internet. Mas não espere luxo! Isso não combina com galápagos. Isabela tem os mesmos padrões de preço e estadia.

O que fazer:
Estando em Santa Cruz, há um conjunto de passeios que você pode fazer para conhecer os principais lugares, quase todos a pé e gratuitos:
  • ·    Orla: Puerto Ayora é todo organizado em volta da orla do mar, que é feita de pedras, mangues e o mar em si (não há praia de areia aqui). Percorrendo os 2 km de extensão, se passa pelo porto, pelos restaurantes à beira mar e, no caminho, ainda é possível se deparar com lobos marinhos, iguanas e cegonhas que não abrem espaço para nós, pedestres. É na beira mar que estão os restaurantes mais chiques e as lojas de souvenirs. Nenhum deles vale a pena se você quiser economizar.  
  • ·         Estação Charles Darwin: é um parque criado para pesquisas e preservação, além de reprodução de tartarugas e iguanas. É composto pelas áreas de pesquisa, pelo espaço onde as tartarugas ficam protegidas e por algumas pequenas praias paradisíacas. A entrada é gratuita. Fica a 5 minutos a pé da área central. La vale a pena visitar a praia, ver o mar transparente e lindo (cheio de peixes, arraias e caranguejos), visitar as tartarugas gigantes, sua área de reprodução, e algumas iguanas amarelas raras. Também vale a pena ir na praia de pedras onde as iguanas se reproduzem e tomam sol. O passeio dura entre 1 e 2 horas, a depender do tempo de praia. 
  • ·         Tortuga bay: “complexo” de praias maravilhosas que fica ao final da orla, direção contrária da estação Charles Darwin. São 5 minutos a pé para chegar na entrada do parque. Mas de lá serão 30 minutos de caminhada por um bosque muito diferente (caminhada fácil) para chegar à primeira praia, a praia brava, onde é proibido nadar por conta da periculosidade do mar. Mais 15 minutos atravessando a areia (“pulando” iguanas e desviando de cegonhas) e você chegará à praia mansa que é um verdadeiro paraíso. Um piscinão de água transparente, bordeada de mangue e bosque de cactos. Ali há peixes, muitos, de todos os tamanhos possíveis. Pode-se andar 300 metros para dentro da água e ela continua na cintura. Tem aluguel de caiaques para remar entre o mangue. É uma delícia. Dá para passar o dia ou meio período ali.
  • ·         Playa del aleman y las grietas: esse é um passeio que não dá para fazer todo a pé. Demanda pegar um barco-taxi no porto, pagar 1 dolar e atravessar por 5 minutos o mar para chegar do outro lado da costa. Caminhando 10 minutos, chega a playa del aleman. Um lugar calmo, com água completamente transparente, onde há peixes, arraias, muitos pássaros que vem pertinho de você. Água calma, rasa, deliciosa para passar algumas horas. Caminhando mais 15 minutos, você chegará a outro paraíso: las grietas. É um pedaço de mar fechado entre paredões de pedras (como se fosse cânions com água no meio). Água verde, bem profunda mas totalmente transparente. Deslumbrante. Lugar para nadar, mergulhar, pular, brincar. É simplesmente delicioso.
  • ·         Baía tour: é um dos únicos passeios pagos. Custa 25 dolares por 4 horas de barco em lugares imperdíveis, e tem ainda lanchinho e snorkel incluído. O passeio sai do porto Ayora todas as manhãs e tardes e faz um recorrido básico e deslumbrante: primeiro passa perto dos paredões para vermos os pássaros (incluindo o de pata azul); depois vai até a ilha dos lobos marinhos; depois ao canal dos tubarões (sim, eles estão ali aos montes, se digladiando quando o piloto joga todos os chinelos dos turistas – e depois pega um por um); depois vai para uma baía onde fazemos snorkel com dezenas tartarugas gigantes que interagem com você e muitos, muitos peixes (e pode ainda aparecer um tubarão de surpresa); depois uma rápida passeada pela praia dos caranguejos; o tour termina nas grietas, aquelas mesmas que descrevi antes. O piloto é excelente guia e entra com a gente no mar, mostrando os animais, ajudando a interagir com eles, etc.
  • ·         Passeio pela parte alta de puerto ayora: esse é o segundo e último passeio pago em Santa Cruz. Um taxi te leva, por 40 dolares - até 4 pessoas, e ainda te guia pelo passeio. Ele vai para as montanhas de Santa Cruz e faz um recorrido incrível: crateras formadas pela lava, onde se formou um bosque intocado e muito diferente; tuneis vulcânicos por onde andamos (e temos até que nos arrastar no chão em certo trecho); ranchos onde as tartarugas gigantes passam, livres, leves e soltas, 9 meses do ano (os outros 3 ficam à beira mar acasalando e cuidando dos ovos). Passeio lindo, para ver uma natureza que não conhecemos, muito diferente, e ainda tem a vista da praia. Dura 4 horas.
  • ·         Além desses passeios, há vários outros que podem ser comprados para visitar as demais ilhas. Mas, cuidado: a distância mínima entre elas é de 2 horas de barco, numa lancha que balança e faz 100% dos desavisados (que não tomaram dramin) vomitarem. É caro (100 dolares por pessoa) e muito cansativo. Fizemos apenas para Isabela e desistimos das demais - achei que não vale a pena fazer. Mas se você quiser muito conhecer outra ilha e só tiver um dia, vá sozinho, apenas pague o barco (60 dolares). Guias são completamente desnecessários. E tome dramin!!
  • ·         Ilha de Isabela: Depois de 3 dias em Santa Cruz, vale muito a pena pegar um barco para ficar mais 2 ou 3 dias em Isabela, onde se pode fazer snorkel com pinguins de água quente; nadar com tubarões; nadar na cratera de vulcão; caminhadas em vulcões ativos; ver flamingos, etc. Deve ser lindo demais, mas conhecemos muito pouco e me arrependo de não termos dormido lá. Não sei dar dicas de Isabela, mas sei que todos os passeios por lá também são gratuitos e dispensam guia. E que 3 dias é um ótimo tempo para ficar por lá. E lembre-se: tome dramin mesmo se você não for de enjoar muito. Não há sobreviventes, nesse caso!


Curiosidades de Galápagos
Galápagos é um conjunto de ilhas formadas por erupções vulcânicas. Os animais foram chegando aqui por mar, por ar, ou em pequenos pedaços de terra que se desgrudavam do continente. Traziam consigo sementes (no bico ou no intestino), que foram florestando a ilha. Para conseguirem fazer a travessia, os animais tinham que ser muito resistentes para passarem dias no mar sob o sol e sem comida. É por isso que, por terra, praticamente chegaram apenas anfíbios e as iguanas, que conseguiram se adaptar à água do mar. Os animais se espalharam e os mais fortes, adaptados, sobreviveram. O resto é só lembrar do darwin. Até o início da colonização espanhola, não havia em galápagos nenhum mamífero terrestre, nem insetos, nem outros répteis. Foram as embarcações que "introduziram" os ratos, as formigas, as aranhas. Depois vieram gatos, vaca e porcos. Mas não há em várias ilhas de galápagos nenhum cachorro. Não há pombas. não há cabras. Formigas são raras. Não há pernilongos. Há uma mutuca muito inconveniente. Mas não se veem insetos voando. Não há cobras (duas chegaram nu navio há alguns anos e foram mortas na mesma hora). Há uma natureza completamente diferente, habitada por bichos completamente diferentes. Das 3000 espécies presentes nas ilhas, 2000 só existem aqui!
A sensação, constantemente, é de que a natureza domina.  E uma natureza que não conhecemos. E pela falta de conhecimento, nos domina mais ainda. E ela não está nem aí para você. Os bichos simplesmente não se incomodam com nossa presença, não saem do lugar, não fogem. Dizia Darwin que a falta de predadores fez os animais ficarem muito amistosos e não conhecerem o medo. E a sensação é exatamente essa, eles não se abalam com nada nem ninguém. E, pelo menos aqui, o homem toma muito cuidado para que a natureza continue dominando e não tenha medo. A entrada em galápagos é muito controlada. Vários produtos não podem entrar nem com turistas nem serem trazidos do continente.  Você encontrará muito sorvete por lá. Mas não tem chocolate em galápagos. Várias frutas são proibidas em galápagos, para que as sementes não afetem o ambiente. Pêssegos e maracujás são bons exemplos. Eles simplesmente não entram na ilha. Da ilha também não se pode levar nada: nem mesmo um pedaço de pedra encontrado no chão! Tudo é controlado e devolvido.
É proibido fazer xixi no mato. É proibido alimentar os bichos (embora os pássaros ataquem nossas comidas). Há vigilância constante para que não se tirem plantas do lugar nem se toquem os animais (mesmo quando, por vezes, são eles que nos tocam, como as tartarugas marinhas!). 
A água é 100% transparente. Meio fria, meio quente, mas bem agradável. A temperatura ambiente é bem quente. A areia da praia varia: algumas são finas e brancas; outras de conchas que machucam os pés. Tudo é feito de rocha vulcânica, preto, bem bonito.
Em Galápagos há praticamente apenas um tipo de carro: uma Toyota branca cabine dupla. Esse é também o taxi. Eles ficam andando o dia todo de cima pra baixo e te cobram 1 dolar para qualquer trajeto dentro da cidade. Sim, eu disse qualquer trajeto.
Lembre sempre de levar comida e bebida para os passeios. Não existem bares nem restaurantes nas praias. Não existem ambulantes. Não há chuveiros para depois da praia. Em certos lugares, é só você, a natureza e os bichos que dominam o lugar, mais nada nem ninguém. Imagina: praia sem música, sem ambulante, sem bar, sem chuveiro, mas cheia de bichos que ignoram sua presença. Assim é galápagos.

Onde comer:
Há duas opções de refeições em Galapagos: restaurantes chiques, a la carte, à beira mar (cujos pratos partem de 15 dolares) ou os restaurantes populares. Em Santa Cruz há uma rua só com esses restaurantes, chamada de Calle de los Sabores ou Calle de los Kioskos. É uma rua cheia de pequenos restaurantes que vendem a refeição pronta. A maioria dos turistas come ali. Entrada + prato principal + suco = 5 dolares. Entrada é sempre sopa (tradição equatoriana); prato principal é peixe ou frango com arroz, feijão, banana frita e salada; suco natural. O lugar é bem popular, mas acredite, a comida é deliciosa e é o ponto preferido dos turistas e dos habitantes da ilha.
A rua fica lotada desde a manhã (café da manhã dos turistas que não tem café no hotel) até de noite. Pela noite, dezenas de mesas ocupam a rua, que viram um calçadão, e servem frutos do mar escolhidos na hora. Um peixe para duas pessoas com todos os acompanhamentos sai por 13 dolares. Camarões saem 14.

Quanto se gasta:
Equador é um país dolarizado, ou seja, tudo se paga em dólares americanos.
Entrada em galápagos: 70 dolares por adulto (a ser pago no aeroporto na chegada)
Comida: 13-20 dolares por dia por pessoal
Passeios: maioria gratuito. 25 dolares para barco (por pessoa) + 40 dolares para parte alta (por carro, até 4 pessoas) + 60 dolares de transporte de barco para Isabela ou para outras ilhas (por pessoa).
Hotel: 30-50 dolares por dia por quarto
Transporte dentro da ilha: o taxi custa 1 dolar para qualquer trajeto na cidade, o barco taxi também custa 1 dolar.
Cruzeiros ou excursões: as que cotei partiam de 12 mil reais!

Viagem com criança:
Encontramos muitos turistas viajando com crianças - grandes ou de colo. Levei o meu de 4 anos e foi incrível! Ele amou!! As crianças se divertem o tempo todo, interagindo com os bichos, nadando no mar, subindo nas montanhas, vendo aqueles animais estranhos. Dá para fazer todos os programas com crianças (embora a viagem de lancha para outras ilhas seja mais sofrido para elas - aliás, lembrem de dar dramin!!!). Tudo é fácil e acessível e elas se divertem sempre. De todas as viagens que já fiz com meu filho (e foram algumas dezenas), essa foi a mais especial para nós dois!! Eu também estava com meus pais - ambos com mais de 65 anos. E eles curtiram tudo, não se privaram de nada também!

O que levar:
- Roupas de praia e de calor
- Tênis para algumas caminhadas curtas.
- Muito protetor solar e chapéu (lembrem-se que estarão na linha do equador!).
- Canga
- Máquina fotográfica (mas não pode entrar bateria de lítio)

Quem quiser saber mais, veja algumas fotos aqui: https://www.facebook.com/gabriela.lotta/media_set?set=a.1185419058148972.1073741838.100000426680742&type=3

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Vellutata di funghi (ou, no popular, sopa de cogumelos)


Mais uma receita fornecida por Arilson Favareto, para comer de entrada ou na janta, fria ou quente. É simplesmente deliciosa!

Vellutata di funghi (ou, no popular, sopa de cogumelos)
Ponha pra ferver um litro de caldo de carne. Em outra panela, coloque dois a três dentes de alho inteiros em uma bolota de manteiga desmanchada em um fio generoso de azeite. Quando o alho começar a dourar, acrescente um punhado de funghi secchi grosseiramente picado (o funghi secchi deve ter ficado de molho em água morna com uma colher de leite por uns quinze minutos, ao menos). Depois de refogar um pouco, acrescente 200 gramas de cogumelos grosseiramente rasgados (misture dois ou três tipos diferentes - eu gosto de misturar cogumelos de paris e shimeji). Tempere com sal e pimenta do reino. Deixe soltar a água, secar, e começar a dourar (atenção para não tirar antes da hora e ficar borrachudo, ou deixar tempo demais e queimar ou ficar seco - tire quando estiverem tenros e com uma cor bonita). Quando estiver no ponto, retire os dentes de alho, acrescente o caldo de carne e deixe cozinhar por vinte minutos. Confira o sal e a pimenta do reino e, se precisar, ajuste . Desligue.
Numa tigelinha, misture dois ovos inteiros com um puhado de parmesão, sal e pimenta do reino, e um punhadinho de salsinha fresca picada. Despeje aos poucos essa mistura na panela onde está a sopa, mexendo simultaneamente com uma colher de pau. Isso vai dar o ponto, deixando a sopa com uma espessura mais aveludada. Sirva com cubinhos de pão italiano passados na manteiga, ate ficarem crocantes. 

Receitas de Bruschettas Deliciosas


As receitas abaixo são do Arilson Favareto e são rápidas e deliciosas!!

A rigor não existe "receita de bruschetta", porque elas nada mais são do que um sanduíche aberto. A lógica é tacar no pão o que se tem vontade, do jeito que se tem vontade. O "meu jeito" de fazer é o seguinte. 

Bruschetta de tomate e manjericão

Coloque numa chapa ou no forno algumas fatias de pão italiano com 1 cm de espessura aproximadamente. Quando começar a tostar, vire e deixe ficar tostado do outro lado também. Quando estiver no ponto (não deixe as fatias ficarem muito secas - o ideal é ficar com as bordas tostadinhas e o miolo não muito seco), tire, esfreque um dente de alho dos dois lados. Ponha uma pitadinha de sal e um fiozinho de azeite. 

Enquanto isso aqueça numa frigideira um fio generoso de azeite e, junto, dois a três dentes de alho picados bem miudinho. Não ponha o alho no azeite muito quente porque pode tostar e a ideia não é essa. Quando o alho começar a dourar (bem no comecinho), junte quatro tomates picados em cubinhos. Acerte o sal e a pimenta, regue com mais um fio de azeite. Deixe aquecer e tire do fogo. Não deixe muito tempo no fogo para que não comece a soltar a água e começa a virar molho ao sugo. É apenas o tempo de aquecer. 

Despeje porções do tomate sobre as fatias de pão. Rasgue algumas folhas de manjericão por cima. Regue com mais um fio de azeite e está pronto.

Bruschetta de gorgonzola e pera


Amasse com um garfo pedaços de um bom queijo gorgonzola, regando com azeite até ficar pastoso. Acrescente um a dois dentes de alho picados bem miduinho. Se quiser adicione um pouco se sal e pimenta. Misture tudo muito bem. A quantidade de azeite e de gorgonzola depende do seu gosto. Prove até ficar no seu ponto.

Pegue algumas fatias de um bom pão italiano com mais ou menos 1 cm de espessura. Esfregue um dente de alho dos dois lados. Tempere com uma pitadinha de sal. Passe a pasta feita com a gorgonzola e o azeite, em porções generosas. Coloque por cima uma fatia fina (mas não finíssima) de pera. Leve ao forno. Quando estiver dourado (por baixo e por cima), retire e sirva.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Receitas simples e gostosas para festas ou para o cotidiano


Sempre que organizo alguma encontro ou festinha aqui em casa, repito alguns dos pratos que costumava fazer constantemente (antes de ser mãe, quando ainda tinha tempo para cozinhar) e que são práticos e saborosos. Depois de vários pedidos e envios de receitas por email, decidi compartilhar aqui no blog algumas dessas receitinhas.

Receita de pão integral
2 xic farinha trigo comum
2 xic farinha trigo integral
1 colher sal
1/2 colher de açucar
1 e 1/2 tablete fermento fresco
1/2 xic oleo
1 e 1/2 xic agua morna

Preparo: mistura bem a massa (sovar várias vezes), colocar os grãos (eu uso linhaça, quinua, gergelim, semente de girassol, xerem de castanha, etc), deixa descansar e crescer (gosto de deixar a noite toda), reparte em duas formas e coloca para assar em fogo médio, até ficar dourado. Rende 2 pães.


Receita de quiche
Embora, como o próprio nome diz, quiche pareça chique, é uma torta muito simples de fazer e ótima para usar todos os restos de queijos, frios e outras coisas que estão sobrando na geladeira. Abaixo dou a receita básica e depois conto o que se pode misturar. Faço a receita meio a olho no intuito de poder aproveitar o máximo de coisas que sobram na geladeira.

Massa:
1 e 1/2 xícara de farinha de trigo (pode misturar com integral ou com farinha de castanha)
100 gramas de margarina ou manteiga
Sal a gosto
Pitada de açucar
Preparo: mistura todos os ingredientes até formar uma massa consistente. Pode colocar alguma semente (como gergelim). Deixar gelar por pelo menos 30 minutos na geladeira, depois abrir a massa nas formas com camada não muito fina nem grossa. Gosto de usar formas desmontáveis. Não precisa untar a forma. Reservar a massa crua.

Recheio:
2 ovos
1 caixa de creme de leite 
Leite (aprox 1 e 1/2 xícara, mas pode variar em função dos demais ingredientes)
Ricota (aprox 200 gramas)
Sal (varia em função dos demais ingredientes)
Preparo: misturar todos os ingredientes e jogar dentro o que mais quiser (vários tipos de queijo, tomate seco, funghi, aspargo, palmito, etc). Eu misturo na mão, sem batedeira. 

Depois de tudo misturado, colocar em cima da massa crua (esse recheio terá uma base bem liquida e os pedaços do que foi misturado). Cobrir com queijo ralado e assar em fogo médio até que o queijo fique moreno.


Receita de petit four de queijo (ou "sou feio mas sou gostoso")
Essa é a receita daqueles salgadinhos caros que vende em padaria que tem gergelim, queijo, castanhas, etc, feitos com diversos formatos. É uma receita muito simples, bem gostosa e barata que serve para lanches, entradinhas, etc. A receita é a mesma da base da quiche e, assim, costumo agilizar - quando faço quiche, já faço massa a mais, separo uma parte e misturo os demais ingredientes do petit four (neste caso coloco a mais o queijo ralado, um pouco de azeite e sementes). 

Ingredientes:
250 gramas de farinha (gosto de misturar de trigo com integral, às vezes com farinha de castanha)
125 gramas de queijo ralado
150 gramas de manteiga
Um pouco de azeite (se ficar seco ou para dar gosto)
Sal a gosto 
Sementes opcionais (castanha picada, gergelim, quinua)

Preparo:
Mistura tudo na mão. Dá uma massa consistente. Na padaria eles fazem os salgadinhos individualmente com formatos variados. Já tentei fazer em casa mas dá muito trabalho e, como sou preguiçosa, decidi inventar uma solução mais rápida: eu abro a massa na mão mesmo em cima da forma (é uma massa bem fácil de trabalhar) com uma espessura nem muito fina nem muito grossa (não precisa untar a forma). Depois corto com uma faca em quadradinhos e asso ate ficar dourado. Cuidado porque queima muito rápido! Depois é só tirar do forno e separar onde foi cortado (aqui vem a parte do "sou feio mas sou gostoso" porque às vezes os cortes se desfazem e você acaba quebrando os biscoitos de forma irregular na mão, mas pra comer em casa ou servir para amigos isso não é nenhum problema!). 


Homus - Pasta de Grão de Bico
Essa é outra receita super simples e que gera uma boa economia em relação aos preços dos restaurantes árabes.

Ingredientes
300 gramas de grão de bico
3 colheres de tahine
2 dentes de alho
2 colheres de azeite
Sal a gosto

Preparo: cozinhar o grão de bico em panela de pressão (bastante tempo, até ficar bem mole). Colocar no liquidificador com os demais ingredientes. Se estiver difícil de bater, colocar um pouco (pouco) da água que cozinhou o grão de bico. Pronto!

Babaganoush - Pasta de Berinjela
Mais uma receita árabe bem simples e gostosa

Ingredientes
2 berinjelas grandes
3 colheres de tahine
1 dente de alho
3 colheres de azeite
Suco de meio limão
Sal a gosto

Preparo: Assar a berinjela até formar bolhas na casca. Tirar a casca e colocar a polpa no liquidificador. Colocar os demais ingredientes. Geladeira. Pronto!


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Pílulas sobre Praga





Praga é um lugar entrecortado por rios, castelos, igrejas, sinagogas, prédios em paralelo, ruas nas transversais. diagonais, curvas e retos.

Um lugar onde os ônibus estão marcados para chegar 10:26. e eles chegam às 10:26. sempre. mesmo que tenham que parar em todos os pontos sem ter ninguém para subir ou descer. caso contrário, não será pontual.

Um lugar onde a cerveja é mais barata que a água. 


Por onde há marcas de história e das imigrações ao mesmo tempo em todos os lugares: as antigas sinagogas, as igrejas barrocas, o cristal boêmio, os objetos com traços orientais, os vendedores coreanos, os imigrantes africanos, os cristais austríacos, os chocolates belgas, os prédios sisudos do comunismo, as lojas brilhantes do capitalismo, o castelo medieval, as pinturas clássicas, os monumentos imperiais.

Que não se preocupa em traduzir as placas turísticas com os nomes ocidentais das atrações. aquela placa é para uma igreja, sinagoga ou museu? definitivamente, não dá pra saber.  

É um lugar onde você não consegue entender nada, absolutamente nada do que se fala. nenhuma palavra. mesmo aquelas que se parecem com alemão, ou língua latina. a semelhança é apenas impressão. 

Onde as pessoas lêem a todo o tempo e em todos os lugares. no metrô. no ônibus. no parque. em grupo. sozinhos. em casal. no calor ou de cobertor. há sempre leitores. 

É um lugar onde o número de sinagogas é quase igual ao de igrejas. 

É um lugar onde você não precisa mostrar o bilhete para entrar no ônibus ou metro, mas tem certeza de que alguém vai te parar se você decidir burlar a lei.

Um lugar para se apropriar em poucas horas. atravessando por uma ponte, voltando pela outra. subindo por um bonde, descendo a pé. cruzando uma galeria. subindo uma torre. descendo uma escadaria. olhando um relógio. uma travessa. outra paralela. mais algumas diagonais. e já se está de volta de onde saiu. 

É um lugar cheio de casas de massagem tailandesa onde os clientes ficam sentados na vitrine com as pernas em um tanque de água e centenas de peixes mordendo a perna de quem pagou para estar ali.

Em um canto, o museu de instrumentos de tortura. em outro canto, o de instrumentos sexuais. 

Um lugar onde as meninas são lindas. e as mulheres envelhecem logo. 

Onde o metro tem cheiro de cerveja a partir das 19h. e onde se toma sorvete mesmo com temperatura de 2 graus. 

Aliás, é um lugar onde a temperatura pode variar entre -10 e 40 graus. em poucos meses. E há roupas apropriadas e elegantes para cada estação.

Um lugar que encanta de dia. e reencanta de noite. cor púrpura. dourado. marfim.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Relatos da maternidade de uma mãe autônoma e workaholic


Sempre me perguntam como consegui conciliar a vida de consultora workaholic e autônoma com a maternidade. Já contei essa história diversas vezes, sempre com muito orgulho, e hoje decidi escrever um pouco de como ela se deu – não apenas para guardar melhor em minhas memorias, mas também para compartilhar como é possível ter filho trabalhando bastante e, ainda assim, garantir atenção, amor e muita amamentação!
Para quem me conhece, sabe que ao longo dos últimos dez anos trabalhei muito (e com muito prazer) para construir uma carreira autônoma na administração pública. E que simplesmente adoro o que faço. Além dos muitos anos de estudo, entre graduação, mestrado e doutorado, sempre conciliei com trabalhos de consultoria ou de formação de gestores. Nesses mais de dez anos, foram dezenas de consultorias a governos, centenas de horas de cursos ministradas para várias organizações, livros e artigos publicados, etc. 
Quem trabalha como autônoma sabe que devemos sempre acumular os trabalhos para evitar períodos sem nada – de forma que acabamos sempre tendo muitas coisas para fazer ao mesmo tempo, jornadas extenas e e sem horários fixos ou dias regulares de trabalho. Além disso, pelas próprias características das escolhas que fiz, tive que viajar muito desde que me formei: para dar consultorias em diversas cidades do país, para trabalhar com formação de servidores públicos nos mais variados estados, para participar de congressos nacionais e internacionais, para fazer visitas de campo do meu mestrado e doutorado, etc.
Foram anos intensos e de muitas viagens: morei em algumas cidades do sertão brasileiro, percorri os estados do norte e do nordeste, estudei em Nova York, trabalhei na Alemanha, morei em Hong Kong, dei palestras no Chile, na Argentina, no Peru, na Italia e em Portugal. Foi uma vida profissional nômade e que me encantava, não apenas por conhecer novos lugares, mas por mudar a natureza do meu trabalho.
Até que, sem planejamento, previsão ou expectativa, engravidei em 2010. Como sempre trabalhei de forma autônoma, sem salário fixo e dependendo de uma rede de contatos e indicações, tinha que aproveitar o tempo da gravidez para trabalhar muito, consolidar diversas atividades e juntar dinheiro, sem saber como as coisas seriam depois que meu filho nascesse.
Em 9 meses foram 52 viagens nacionais e internacionais. Passei mais tempo em Brasília do que em minha casa. Fui trabalhar no Acre, me aventurei pelo interior de Rondônia, dei aulas no Espírito Santo, cruzei mais uma vez o sertão da Bahia. Foram nove meses com vestido cada dia mais curto, carregando a barriga, com o esforço crescente que ela me gerava, por todo o país, entre os mais diferentes climas e geografias, à prova de diversas culinárias e experimentações.
Chico nasceu em junho de 2011. Foi um final de gravidez difícil – o excesso de trabalhos e de viagens impactaram em uma falta de ganho de peso por parte minha e dele (em 8 meses de gravidez eu tinha engordado apenas 5 kg e ele 1,5). Ao longo do último mês, tive que diminuir o ritmo, aprender a dar aula sentada, descansar mais e me obrigar a comer muito. Chico decidiu nascer no dia em que completou as semanas mínimas necessárias para não ser prematuro, mas chegou com apenas 2.3 kg - ganhos com muito esforço, mas que ainda era pouco para a média dos bebês.
A solução para o baixo peso? Amamentação. Muita amamentação. Decidi que queria reverter o quadro de baixo peso garantindo amamentação exclusiva de 6 meses. E Chico contribuiu: pegou o peito e adorou desde que nasceu!
Mas como poderia manter o ritmo de mamadas a cada 3 horas, exclusivamente leito materno, sendo eu autônoma, sem salário fixo e trabalhando no ritmo e distâncias como fazia? Era um dilema que teria que enfrentar, sem babá (por decisão minha), mas com a ajuda de minha mãe.
Decidi passar os primeiros 2 meses mais quieta em casa, fazendo pequenos trabalhos à distância. Quando Chico completou 2 meses, ganhou mais de 2,5 kg e saiu da zona de risco, decidi voltar à ativa. E a solução era: aonde o peito vai, o Chico vai atrás.
Com 2 meses ele passou a frequentar minhas salas de aula. Aonde quer que eu fosse, ele ficava numa salinha ao lado, de suporte e, assim que chorasse para mamar, eu era chamada por minha mãe que ficava com ele.
Com 3 meses enfrentamos nossa primeira viagem de avião. Fomos juntos para Brasília, apenas eu e ele. Consegui uma babá russa que morava na cidade e que poderia cuidar dele. E a essa viagem se seguiram outras 3 em todas as semanas subsequentes. Ficávamos hospedados na casa de uma amiga, com toda a infraestrutura ambulante (ou improvisada) de que um bebê precisava: carrinho que virava cama, bacia que virava banheira, fraldas e roupas lavadas e secas no mesmo dia, etc etc.
Com um ano de vida, Chico já tinha completado 26 viagens de avião. Conheceu 4 diferentes países, 4 estados brasileiros e mais de 50 cidades. Já participou de aulas, reuniões, congressos e tem sido um grande companheiro de viagem.
Nas viagens mais curtas, quando decidia não leva-lo para evitar tanto esforço, carregava uma bomba elétrica, uma pequena geladeira térmica e potes de vidro esterilizados, onde armazenava o leite retirado religiosamente a cada três horas, estivesse onde e como estivesse (o que incluiu alguns banheiros de avião, diversas salas de aula, banheiros de organizações onde trabalhei, salas de reunião, etc.). O leite era armazenado, congelado e dado a ele na minha ausência. Eram retirados e ministrados, por dia, cerca de 2 litros de leite materno. Chico aprendeu a tomar leite em qualquer temperatura, na mamadeira, no copo, na colher - era tão versátil quanto minha vida necessitava que fosse.
Foram 6 meses de amamentação exclusiva sem nunca precisar dar fórmula ou água ou suco nem sequer por uma vez. E, até agora, foi 1 ano e meio de amamentação em livre demanda. Chico é um menino extremamente saudável e ativo. Nunca fica doente, é adaptável, sorridente e brincalhão. Nos adaptamos perfeitamente um ao ritmo de vida do outro.
Hoje Chico vai à escola durante 6 horas por dia. Passa as demais horas ao meu lado – em casa, em reuniões ou em outros compromissos que possamos ter. Continuamos sem babá e usufruindo muito da ajuda da vovó.
Em quase 18 meses de experiência como mãe, minha vida profissional não voltou ao ritmo ou com a cara do que era antes. E certamente nunca mais será a mesma – por decisão e por convicção. Ter um filho significa passar por muitas adaptações. Tive que aprender a trabalhar menos (ou a ser mais produtiva), tive que aprender a funcionar mesmo com sono (ele ainda acorda de madrugada, por pelo menos 3 vezes), tive que aprender a comer quando é possível, a dormir quando posso, a trabalhar de madrugada (sempre me senti mais inteligente de manhã). Tive que aprender a trabalhar escutando músicas da palavra cantada ou da galinha pintadinha, a dividir a tela do meu computador em duas para trabalhar enquanto ele assiste vídeos. Tive que decidir deixar de ser autônoma para ter uma renda fixa (hoje sou professora concursada de uma universidade federal), passei a escolher trabalhos mais próximos de casa e tive que decidir viajar menos. Todas escolhas marcantes, convictas e que me trazem a alegria de saber que posso ter prazer no trabalho, de uma nova forma, ao mesmo tempo em que garanto atenção, amor e amamentação ao meu filho.